Este é um blog pessoal, onde colocarei textos escritos por mim em momentos de alegria e de angustia e textos que chegam em minhas mãos através de e-mails de amigos e que de alguma forma tocam meu eu interior.

23 de dezembro de 2013

NATAL

  Natal!
  Época em que muito se fala de amor, caridade, compras, correria, doar, doar-se, desejar boas coisas, presentear, enfeitar, sonhar...
  O comércio tocando em nossos sonhos, nossos sentimento, em nossos desejos secretos ou não tão secretos assim.
  Embarcamos no tão falado "Espírito de Natal"; não tendo tempo para nós mesmos, só queremos ver no rosto do outro o sonho realizado, a alegria, e nós?
  Em algum momento paramos e olhamos ao nosso redor? Olhamos para nosso interior?
  Ficamos felizes, nos sentimos realizados, cansados, acreditando que poderíamos ter feito mais ou feito diferente. Quantas vezes chegamos na hora da missa de natal, na hora dos convidados chegarem, da ceia com a família; todos estão prontos e nós ainda temos algo a fazer, temos de nos arrumar, de cuidar de nossa aparência e não dá mais tempo para mais nada. Prometemos que no ano seguinte faremos diferente, porém tudo se repete por anos a fio.
  Chega um Natal porém em que os filhos saíram de casa, casaram, o companheiro de tantos anos partiu.
  Estamos sós!
  Perdemos a alegria e o ânimo de fazer tudo que nos produzia tanto cansaço. Muitos nos adaptamos a estar só e continua a viver a alegria do Natal com a calma que nunca havia tido sem sentir-se só, enviando e espalhando todo o seu amor aos ausentes e aos que agora fazem parte de sua vida sem se sentir abandonado.
  Porém o que mais vemos são as pessoas sem alegria, sem motivação para sentir-se feliz nessa época; lamentando-se que não tem mais ninguém para comemorar com ela, e numa falsa resignação chega à conclusão que afinal cada um tem sua vida, seus afazeres. Não vão ao encontro dos seus queridos para não atrapalhar, não visitam amigos, não fazem o que gostam. O orgulho não permite ir ao encontro do outro, afinal foram tantos anos de dedicação, é hora de ter o retorno e vamos ficando cada vez mais frustrados, até que em nós só fica a amargura. Com isso todos os desejos de feliz natal que nos dão é um peso e a tristeza toma conta.
  Ouvimos tanto falar de reforma interior, que se ainda não começamos este é o momento de começar. Tudo depende de quanto queremos mudar nossa visão da vida, e se estamos disposto a dar o primeiro passo, procurar amigos e se não os temos começar a fazer novos amigos, ler livros, participar de grupos, de eventos, em fim, as possibilidades são inúmeras, o importante é querer ser feliz com a nossa realidade, ter alegria e paz interior.
 

3 de dezembro de 2013

POR QUE NOS SENTIMOS COMO VITIMAS

Nascemos guerreiros (as).
Lutamos para nascer e vencemos, lá estamos nós dando nosso grito de guerra, nosso primeiro choro, ninguém percebe que choramos, porque estamos cansados do esforço de nascer, tem barulho excessivo, está frio ou calor, choramos novamente e começa nossa vida de coitadinho.
Coitadinho está com fome ou então está com a fralda suja, com cólica e o que faz parte do nosso dia a dia de crescimento ouvimos vários coitadinhos por dia.
Somos pessoas dependentes de adultos que cuidem de nós, que nos valorizem por cada dia que vencemos e ao invés disso ouvimos, como é pequeno, grande, magro gordo, chorão, manhoso: então quando crescemos mais um pouco começamos a mostrar nossas habilidades, vem o não mexa aí, não sobe, você vai cair, fica quieto, chega, como você cansa, estou exausta, trabalhei o dia inteiro, quero descansar e você não para um minuto.
Toda nossa alegria por uma grande vitória para nós, vem acompanhada de um como conseguiu, que bom, que lindo, como está grande, e depois uma enxurrada das palavras que nos diminuem e vamos nos sentindo ao longo dos anos, inúteis, incapazes, frustrados, infelizes e vitimas de nós mesmos do que ouvimos na infância e fomos guardando dentro de nós como verdades.
Perdemos a capacidade de nos aventurar, de sonhar, de brincar, de observar pequenos detalhes ao nosso redor.
Como nascemos guerreiros vencemos inúmeras dificuldades e situações e continuam a nos fazer de vitimas, com os comentários como é guerreiro (a), mas "coitado (a)"  não merecia isso, como sofre, não dá certo na vida e apesar de no começo sermos valorizados, nos sentimos cada vez mais como vitimas.
Dar a famosa volta por cima, não é nada simples, porém se procuramos ajuda e a força inata dentro de nós e vamos à luta como no momento do nosso nascimento e se aprendemos a nos dar valor em cada pequena conquista terminamos por ser realmente a pessoa vitoriosa do momento que fomos concebidos ao momento que nascemos e damos nosso grito de guerra.