Este é um blog pessoal, onde colocarei textos escritos por mim em momentos de alegria e de angustia e textos que chegam em minhas mãos através de e-mails de amigos e que de alguma forma tocam meu eu interior.

24 de outubro de 2012

O Manto da Invisibilidade

Quando uma estrela nasce, não importa se é grande ou pequena, ela nasce para brilhar, para iluminar.
Mas muitas vezes ela veste o manto da invisibilidade e seu brilho não aparece, é apenas um pontinho minusculo entre tantas estrelas.
Uma estrela não importa o tamanho, ela sempre brilha. Numa noite escura se houver só esse pontinho de luz, será ele que vai nos guiar no rumo certo.
Somos estrelas, umas grandes, outras menores, umas brilham muito e outras são pequenos pontinhos.
Grandes ou pequenas todas tem valor e a missão não de unicamente brilhar, mas de imitir luz.
Não vemos nosso brilho, nem a quantidade de luz que emitimos, são os outros que vêem, e que se beneficiam dessa luz.
Quando sabemos o quanto estamos brilhando, nossa luz deixa de ser benéfica, porque queremos brilhar cada vez mais e ofuscamos as outras estrelas. A luz tem que ser natural para cada instante, por isso as estrelas são tão bonitas e um céu estrelado é uma comunidade em que todos brilham juntos.
Mas como tudo tem um mas, às vezes a estrela veste o manto da invisibilidade. Ela sabe que mesmo através desse manto ela emite luz, mas tem medo de brilhar, justifica-se por tudo, pede perdão por existir, por importunar, por aparecer, quer que sua luz brilhe, mas que não incomode, quebra muitas vezes suas pontas para não machucar outra estrela, mesmo que a outra a machuque.
Na ciranda das estrelas um dia ela percebe que seu manto começa a escorregar, então começa a sentir-se desnuda e tem medo de se ver feia, sem brilho, quebrada, machucada, porém a ciranda continua e ela vê que ninguém está dando importância para o que ela vê de si mesma, mas sim para o brilho que ela emana, para que o pontinho ou a grande luz possa ser visto por todos e ela como todas as estrelas possam brilhar e iluminar a escuridão da noite com um lindo céu estrelado.

16 de outubro de 2012

UMA ENXURRADA OU UM VULCÃO?

Há momentos em que nos sentimos tão angustiados, tão aflitos, parece que vamos explodir, até muitas vezes sentimo-nos mal fisicamente.
Na TC tem um lema: "Quando a boca cala, o corpo fala, e quando a boca fala o corpo cala".
Quando a boca cala, tudo vai crescendo dentro de nós, tristeza, angustia, medo, insegurança, decepção, é como estar em um quarto muito, muito pequeno e escuro, sem conseguir abrir a porta para sair.
Precisamos que alguém abra a porta por fora e muitas vezes ao a porta ser aberta não conseguimos dar os passos para fora e então cair em seus braços e uma torrente de lágrimas lavar tudo.
Então a boca vai falando como uma enxurrada, levando tudo que está pelo caminho, encostado nas paredes, esquecido ali por anos, acostumados a sor caminhar pelo meio e não lembramos ou não damos atenção para o que está dos lados, e nessa enxurrada muitas dessas coisas vão junto.
O falar é como um vulcão quando entra em erupção e lança sua lava para fora e vai queimando tudo que está no caminho, por isso é feita toda uma preparação quando o vulcão está dando sinais de erupção para que ninguém se machuque, um direcionamento de rota, para não machucar ninguém.
Depois da enxurrada ou da erupção vem a retomada de vida, aproveitar o que pode ser aproveitado, consertar o que tem conserto, jogar o entulho que sobrou, limpar tudo e se apoderar da plantinha chamada força interior e cuidar para que ela cresça e possa dar flores para alegrar e frutos para alimentar.
É tão bonito depois de uma queimada ver as plantinhas brotando tão verdinhas no meio das cinzas que ficaram.

15 de outubro de 2012

NASCE OU RENASCE UMA ESTRELA


É engraçado e doloroso como vamos desaparecendo durante a nossa vida. Como somos anulados e como nos deixamos anular.
Quando somos crianças muitas vezes temos um nome e o sobrenome filho de, ou somos só o/a filha de. E vamos crescendo e quando somos adolescentes então temos um nome ou mais comumente um apelido, e assim somos conhecidos como indivíduos sem sem sobrenome de pertença.
Acho que por isso a adolescência é conhecida como rebelde, queremos nos afirmar como seres existentes com pensamentos e atitudes, mas ainda não temos maturidade e experiência e muitas vezes nos encrencamos muito.
Isso até conhecer alguém e nos apaixonarmos e passamos a ser a/o namorada/o de alguém. A individualidade acabou. Somos a namorada/o, noiva/o, e depois esposa/marido de alguém.
Depois veem os filhos, aí somos chamados de mãe/pai e até mesmo em casa muitas vezes chamamos nosso amor de pai ou mãe, anulamos o marido/esposa.
Na escola dos filhos temos o nome com vários sobrenomes, no meu caso, mãe do Luís, mãe do Fábio, mãe da Keli, agora tenho mais sobrenomes pois sou a avó de.......
Se como eu gostamos de participar ativamente da escola, somos a mãe de.....
Na igreja se participamos os dois, somos a esposa e ..... Se participamos individualmente, temos nosso próprio nome, mas com a obrigação de evangelizar o parceiro/a e levá-lo junto para não sermos viúvas/os de marido/esposa vivos.
Nossas vontades, pensamentos, sonhos, vão ficando sempre para depois.
O depois chega por uma separação, uma viuvez, filhos foram embora porque casaram ou foram morar sozinhos e nos sentimos perdidos, vazios, sem saber o que fazer, pois desaprendemos de fazer para nós.
Onde buscar nossa individualidade, como ter pensamentos voltados para si mesmo, colocar em prática novas ideias, temos imagens que criamos ao longo dos anos e com as quais as pessoas nos veem, como quebrar essas imagens. Tirar coragem da onde para recomeçar como indivíduo ou casal.
Continuar com a vida que tínhamos, já não satisfaz ou não é suficiente, porque ficamos dependentes dos filhos seja ajudando-os ou sendo ajudado, sentimo-nos muitas vezes abandonados por não terem tempo de nos visitar sempre (esse é o grande problema dos idosos em casa de repouso, a falta de visitas da família), viagens com eles, reuniões de família criadas para te-los mais perto mais vezes.
Quando percebemos isso e começamos a tomar atitudes de uma vida própria e independente, não estamos deixando de amar nossos filhos, nossa família, estamos como eles constituindo uma vida sem pesos para nenhum dos lados, sem cobranças. Estamos em busca de nossa individualidade perdida, seja sozinha/o, seja como casal, ou numa casa de repouso, começamos a brir novas portas e perspectivas.
Já não estamos tão disponíveis, assumimos novos compromissos, novas metas (ás vezes as velhas que eram sonhos), continuamos amando e cuidando, mas com a consciência de que estamos buscando o nosso conhecimento pessoal, novas oportunidades de sentir-se viva/o ou capaz, que não é porque estamos velhos que somos inúteis, dependentes, até a industria, o comércio e o mercado de trabalho está descobrindo isso.
Superando nossos medos e angustias, nossos fracassos e expectativas vai nascendo ou renascendo uma nova estrela.
A estrela que existe em todos nós, sem culpa, a culpa é um sentimento que nos impõem por não correspondermos ao que esperam de nós. Respeitando nossos sentimentos, desejos e sonhos, como respeitando os dos outros.
Que a estrela que renasce seja respeitada e respeite, seja amada e ame com liberdade de pensamentos e sentimentos. Uma estrela com pontas que às vezes também fere, mas com brilho e calor para iluminar e aquecer os corações ao redor. 
E como diz o pequeno príncipe uma estrela que te fará rir porque eu estarei rindo nela.

13 de outubro de 2012

SAUDADE OU SAUDOSISMO


Quando ouvimos uma música, uma palavra, um nome, sentimos um perfume, vemos uma imagem, uma foto, enfim tantas coisas que nos lembram alguém, algum lugar, algum tempo e sentimos um vazio, um querer estar junto, um querer aquele momento, aquela coisa, isso é saudade.
Quando queremos reviver aquilo de novo, o momento, isso é saudosismo. Sentimos falta, que era melhor que agora, queríamos ter aquela idade, aquela época e o que faríamos se pudéssemos voltar no tempo?
Se voltássemos com a nossa vivência, não seria tão bom, seria sem graça, muitas vezes até infantil e agiríamos como se fosse hoje.
Saudade dói, trás lágrimas, mas é gostoso, logo ficamos com a parte boa do momento que lembramos, sem atrapalhar o momento presente.
Há etapas em nossa vida que o saudosismo é tão presente que não nos deixa viver, não deixa aproveitarmos   o que temos de bom, as pessoas que estão ao nosso redor, nosso trabalho, nosso momento de lazer, nossa família, até passeios, fazemos pensado no passado e não aproveitamos o momento presente.
Quantas e quantas vezes voltamos a alguma cidade que já fomos e ao invés de apreciar o presente, ficamos vendo o que mudou, o que não existe mais, os momentos bons e ruins que passamos ali, vamos embora e o que vimos? O que fizemos de bom  nesse momento? O que vamos lembrar quando voltarmos  ou falarmos dali? Só do que lembramos ali.
Viver com saudade é viver com o que nos é querido e importante fazendo parte, mas não interferindo na nossa vida.
Viver com saudosismo é viver parado no tempo, não evoluir, não querer mudar, não querer, aprender, é brincar de estátua para sempre.

12 de outubro de 2012

CONFLITOS


Chove chuva, chove sem parar, e eu aqui de coração apertado, peito doendo, ansiosa, não conseguindo me concentrar em trabalho algum, em nada.
Motivo não tenho, ou melhor tenho sim, é o conflito da menina e da mulher, ela a menina quer atenção, quer agir, se expandir e a mulher não liga para ela, fica como cachorrinho atrás da cauda, dando voltas e mais voltas e não sai do lugar.
Sempre é dolorido crescer, quando estamos crescendo temos um mundo a descobrir, medo do que vai ser nosso futuro, do amanhã, mas temos coragem, queremos ser alguém, ser o que nossos pais não foram, ser e ter o mundo em nossas mãos.
Quando deixamos uma menina dentro de nós sem crescer, medrosa e assustada, é difícil passar por conceitos, preconceitos e medos adquiridos durante tantos anos.
Mudança é decisão, mas história e passado não querem saber disso e nos atropelam, nos machucam, nos deixam feridos; muitas vezes a dor torna-se tão doída, que não lembramos de mais nada, só que ela está ali e não sabemos como mandar embora.
Tudo que caminhamos antes parece que foi inútil, temos lampejos de novas decisões, mas logo volta a dor, a tristeza e a angustia.
A menina quer gritar por liberdade, a mulher não deixa, quer se rebelar, prosseguir, a mulher manda ficar quieta, como sempre foi mandada.
Quando a menina insiste, as lágrimas solitárias da mulher a fazem aquietar-se como fizeram por tantos anos.
Parece que a chuva que cai diz para a menina, que adianta, tem que esperar, fica no seu cantinho, fecha esses olhos assustados, que a vida segue e assim continuarão sempre a passar os dias, um após outro e você perdeu sua chance há tantos anos atrás.

11 de outubro de 2012

PARÁBOLA DA ROSA


Um certo homem plantou uma rosa e passou a regá-la constantemente e, antes que desabrochasse, ele a examinou.
Ele viu o botão que em breve desabrocharia, mas notou espinhos no talo e pensou:
Como pode uma bela flor vir de uma planta rodeada de espinhos tão afiados?
Entristecido por este pensamento, ele se recusou a continuar  regar e antes que estivesse pronta para desabrochar, ela morreu.
Assim é com muitas pessoas.
Dentro de cada alma há uma rosa: as qualidades dadas por Deus e plantadas em nós crescendo em meio aos espinhos de nossos defeitos.
Muitos de nós mesmos olhamos para nós mesmos e só vemos os espinhos, os defeitos.
Nós nos desesperamos, achando que nada de bom pode vir de nosso interior.
Recusamo-nos a regar o bem dentro de nós e consequentemente, isso morre.
Nunca percebemos o nosso potencial. Não vemos a rosa dentro de nós.
Alguém mais deve mostrá-la a elas.
Um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir é ser capaz de passar pelos espinhos  e encontrar a rosa dentro de outras pessoas.
Esta é a característica do amor. Olhar uma pessoa e conhecer suas verdadeiras faltas.
Aceitá-la em sua vida, enquanto reconhece a beleza em seu interior e ajuda-a a perceber que ela pode superar suas aparentes imperfeições.
Ao mostrarmos a rosa interior a essas pessoas, elas poderão desabrochar muitas e muitas vezes.
Não sei o autor desta parábola, mas quis começar este blog com ela porque encontrei pessoas na minha vida no grupo de Terapia Comunitária, que sabem ver a rosa escondida dentro de cada um e ajudam-nos a regá-la para que possamos desabrochar muitas vezes.
Este é um blog pessoal, onde colocarei textos escritos por mim em momentos de alegria e de angustia e textos que chegam em minhas mãos através de e-mails de amigos e que de alguma forma  tocam meu eu interior.
Não estou procurando sucesso para este blog, mas uma forma de fazer a menina (rosa) que existe ainda dentro de mim, até que ela cresça e haja equilíbrio entre a menina e a mulher.