Este é um blog pessoal, onde colocarei textos escritos por mim em momentos de alegria e de angustia e textos que chegam em minhas mãos através de e-mails de amigos e que de alguma forma tocam meu eu interior.

12 de outubro de 2012

CONFLITOS


Chove chuva, chove sem parar, e eu aqui de coração apertado, peito doendo, ansiosa, não conseguindo me concentrar em trabalho algum, em nada.
Motivo não tenho, ou melhor tenho sim, é o conflito da menina e da mulher, ela a menina quer atenção, quer agir, se expandir e a mulher não liga para ela, fica como cachorrinho atrás da cauda, dando voltas e mais voltas e não sai do lugar.
Sempre é dolorido crescer, quando estamos crescendo temos um mundo a descobrir, medo do que vai ser nosso futuro, do amanhã, mas temos coragem, queremos ser alguém, ser o que nossos pais não foram, ser e ter o mundo em nossas mãos.
Quando deixamos uma menina dentro de nós sem crescer, medrosa e assustada, é difícil passar por conceitos, preconceitos e medos adquiridos durante tantos anos.
Mudança é decisão, mas história e passado não querem saber disso e nos atropelam, nos machucam, nos deixam feridos; muitas vezes a dor torna-se tão doída, que não lembramos de mais nada, só que ela está ali e não sabemos como mandar embora.
Tudo que caminhamos antes parece que foi inútil, temos lampejos de novas decisões, mas logo volta a dor, a tristeza e a angustia.
A menina quer gritar por liberdade, a mulher não deixa, quer se rebelar, prosseguir, a mulher manda ficar quieta, como sempre foi mandada.
Quando a menina insiste, as lágrimas solitárias da mulher a fazem aquietar-se como fizeram por tantos anos.
Parece que a chuva que cai diz para a menina, que adianta, tem que esperar, fica no seu cantinho, fecha esses olhos assustados, que a vida segue e assim continuarão sempre a passar os dias, um após outro e você perdeu sua chance há tantos anos atrás.

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